A Estréia - SEGURA CORAÇÃO
- Yuri Sá
- 14 de jan.
- 3 min de leitura
Atualizado: 23 de jan.
Minha Primeira Corrida: Um Sonho Realizado em Interlagos
29 de dezembro de 2024 será uma data que ficará gravada para sempre na minha memória como o dia em que dei meu primeiro passo no mundo das corridas competitivas. A jornada até aquele grid de largada não foi fácil, mas valeu cada curva e desafio.
A Preparação
Por mais que eu quisesse que meu GM Celta estivesse pronto para essa corrida, o tempo não estava ao meu favor. Com o carro ainda passando por modificações, precisei alugar um VW Voyage #75. Um carro que eu nunca havia dirigido antes, em uma pista que só conhecia por treinos e track days.
Além disso, os compromissos de final de ano me deixaram sem tempo para treinar. Cheguei a Interlagos—aquele lugar que idolatro desde criança—com uma mistura de empolgação e apreensão.

Tudo Era Novo
Tudo nessa corrida era novidade para mim. Desde o momento em que entrei no paddock, fui cercado por um nível de profissionalismo que nunca havia experimentado antes. O macacão, as luvas, o capacete—cada peça do equipamento era uma estreia para mim. Antes, eu só havia usado roupas casuais para dirigir, então vestir o equipamento completo de corrida parecia um rito de passagem para um novo mundo.
E ainda havia o lado operacional. Nunca tinha visto como um final de semana de corrida funcionava nesse nível. Desde a equipe preparando o carro, passando pelo procedimento de partida do motor, até o cronograma preciso de cada ação—era uma máquina perfeitamente ajustada. Fiquei impressionado com a precisão e o profissionalismo de tudo.

Classificação: Um Teste de Adaptação
A classificação foi, provavelmente, a parte mais intensa de toda a experiência. Eu estava inscrito na categoria Cat C, onde os tempos de volta giram em torno de 2:15. Mas, para mim, o objetivo era me adaptar ao carro.
O VW Voyage #75 tinha configurações de freio muito diferentes do que eu estava acostumado, e eu tinha apenas 30 minutos para me acostumar. Infelizmente, várias bandeiras amarelas durante a sessão atrapalharam meus esforços, dificultando a chance de conseguir uma volta limpa.
Mesmo assim, continuei tentando, aproveitando cada oportunidade. No final, consegui um tempo de 2:19, o que me colocou em 10º lugar geral. Fiquei satisfeito, considerando as circunstâncias. Eu nunca havia dirigido aquele carro antes e ainda estava me adaptando às configurações dos freios.

A Corrida: Uma Montanha-Russa de Emoções
Quando as luzes se apagaram, a adrenalina tomou conta. Mas não demorou muito para que o inesperado acontecesse. Logo na primeira volta, um carro capotou bem na minha frente. Foi um momento surreal, e imediatamente as bandeiras amarelas foram acionadas. O pelotão inteiro teve que reduzir a velocidade, e ficamos vários minutos sob bandeira amarela enquanto a situação era resolvida.
Quando a corrida recomeçou, o grid estava completamente embaralhado. A intensidade disparou, e a situação ficou incrivelmente perigosa. Todos estavam muito próximos, disputando cada centímetro da pista.
Eu me esforcei ao máximo para melhorar meus tempos de volta, mas, apesar dos meus esforços—e para a frustração do meu coach, JP (desculpa, coach!)—não consegui baixar meu tempo. Porém, consegui algo igualmente importante: consistência. Mantive um ritmo constante durante toda a corrida, o que, por si só, foi uma pequena vitória.
O mais importante de tudo: terminei a corrida inteiro. E isso, para mim, já é uma grande conquista.

A Emoção de Correr
Uma das coisas mais incríveis da corrida foi como cada curva parecia uma batalha. Estava constantemente em competição acirrada com outros carros, tentando ultrapassá-los, defender minha posição e melhorar meus tempos de volta. Foi pura adrenalina, a maior emoção que já experimentei.

Um Solo Sagrado
Correr em Interlagos foi algo além do surreal. Aquela não é apenas uma pista de corrida—é um templo do automobilismo. As memórias de lendas ecoam em cada curva, e o peso da história é palpável.
Quando cruzei a linha de chegada, meu coração estava acelerado, minhas mãos tremiam e minha mente estava cheia de pensamentos sobre o que poderia ter sido. Mas, acima de tudo, senti uma alegria pura e indescritível.
O Melhor Dia da Minha Vida
Apesar dos desafios, dos nervos e da curva de aprendizado íngreme, 29 de dezembro de 2024 foi o melhor dia da minha vida. Foi o dia em que parei de sonhar e comecei a viver minha paixão.
E isso é só o começo. A jornada que me espera é longa, mas, se minha primeira corrida me ensinou algo, é que eu pertenço a esse mundo. Mal posso esperar para ver aonde essa estrada vai me levar.
Fiquem ligados para mais atualizações enquanto me preparo para a próxima corrida—desta vez, com meu próprio carro e um pouco mais de experiência na bagagem.
A todos que me apoiaram, muito obrigado. E para aqueles que estão pensando em perseguir seus sonhos—não esperem. A linha de largada está mais perto do que vocês imaginam.
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